quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Nada haver II



Já tô com uns 50 rins ofertados depois do último post.  Alguns, da primeira hora, desde o dia que eu fiz a operação, no dia 1º de setembro de 2009.  Gente que, do nada, ficaria feliz em me dar um pedaço de suas vidas pra eu levar a minha mais suavemente.

Diogo, meu filho-homem, chegou cheio de rodeios, perguntando se eu já estava liberado para exames de compatibilidade.  Lisa, a que me aplicou no Richarlyson, fingindo um jeito blasé incompatível com a novidade, me falava, na mensagem do celular:
-  Massaroca, pc.  Eu até animo de ver se sou compatível com você.
Como se a gente estivesse falando da coisa mais banal do mundo.

Tudo bem.  Isto é um assunto que nós vamos discutir depois de setembro, se meus exames de controle forem bonitinhos igual têm sido até agora.  Mas para mim é claro que eu vou  contar com transplante de cadáver.

Guguta, meu personal proctologist[1], me descascou.  Veio com o discurso médico pré-parado, dizendo que, sendo prático, isto significava que eu iria lá pro 9 mil e cacetadésimo lugar na fila.  E que eu não tinha o direito de negar a quem me ama a chance de me garantir o direito à felicidade e blábláblá...
Falei com ele:  Já discuti isto tudo com meus médicos.  Não estou negociando com você.  Estou informando que decidi isto.

Meio que querendo encerrar, Guguta bateu o martelo:
-  A gente ainda vai ter muito tempo pra pensar nisto.

Nem dei bola.  Neste momento, estou mais em lua de mel com o comportamento do Valente.  De qualquer forma, fazer o transplante inter-vivos vai só me poupar uns (poucos) meses de hemodiálise.  Não tenho dúvida que vou esperar um pouquinho, sem precisar tirar um rim de alguém.  

Tá tudo dando muito certo!


[1]  A quem eu sou gato por ter me aplicado no Metamucil



2 comentários:

Nando disse...

Apesar de você não querer, pode me incluir nas pessoas que estão disposta a doar um rim, se for possível

PC disse...

Eu sei, Nandão.
Mas rapidinho aparece alguém que não precisa mais dele...