A véspera do Carnaval foi
meio complicada. #tenso
É que, com a ameaça de greve que
a polícia fazia no Rio e em Salvador, ninguém andava querendo viajar.
Quer dizer, ninguém em Sete
Lagoas, que era onde meu mundo pretendia se transferir pra passar o carnaval no
Meu Sítio. Tudo levava a crer que eu
precisaria vir a BH pras minhas sessões de hemo, o que deixava o povo aqui de
casa tenso também.
Mas no final deu tudo
certo. Na quinta, Renata de Sete Lagoas
me liga, falando que ia ter a vaga pra segunda e pra quarta. Melhor impossível.
Impossível, nada. Chegando
em Cachoeira da Prata, passei no Posto de Saúde. A ambulância da cidade levava e trazia um cidadão
pra fazer hemo. E acabaram me encaixando
no traslado, garantindo a ida e a volta, sem precisar de incomodar alguém pra
me levar e buscar. O único problema, quenão era novo pra mim,
é que eu não cabia na ambulância. Mas
foi tudo tão bacana que, na quarta, levaram a gente no carro. Adorei...
Pensa que acabou? Acabou, nada.
Desta vez, meu anjo da guarda
foi a Mocinha[1]. Mocinha era uma reedição da Aniele. A mesma doçura, a mesma mão de seda, que,
surpreendentemente, me fazia conferir, depois da punção feita, pra ter certeza que
eu havia sido picado sem o menor resquício de dor.
O que reforça minha tese
sobre a mão de seda na área de saúde. Teve
gente que dizia que era uma questão de relação de confiança, que eu me entregava,
blá, blá.
O cacete. Tem gente que é anjo disfarçado e faz o nosso
percurso ficar ainda mais leve. E, cada
vez mais, eu ando tendo minha vida rodeada por eles.
[1] O nome dela, de verdade, é Lucimara. Mas com a mania de chamar todo mundo de
mocinho, acabou que o nome dela virou este.