Tomei um susto danado neste feriado. Susto mesmo, de chorar escondido pra mamãe não ver e ficar preocupada.
Tava tudo arrumadinho, sem chance de dar furo. Saímos na sexta, depois da diálise e, por via das dúvidas, marquei minha sessão de segunda pra de noite. Quer dizer, eu voltava na segunda, de avião, e chegava mais do que a tempo de ir pro Núcleo. Ciça já tinha colocado minha sacola com o cobertor no carro e me deixaria lá, assim que eu chegasse.
O avião foi por causa do tráfego do feriado, que estava um caos. Com o avião eu ficava livre da ponte caída da 381, certo?
Certo, o cacete Foi aquela cascata de confusão acontecendo...
A primeira foi o vôo das 08:00 atrasar seis (eu disse seis) horas. Aí, surpresa, a Trip, do nada, cancelou meu vôo das 14:20[1]. O pior é que eu tinha ligado antes, pra saber se estava no horário e o cara do balcão da Trip confirmou que estava tudo ok. Aí começa a enrolação de aeroporto. Vai atrasar uma hora, vai atrasar duas, vai atrasar só mais um pouquinho. Saímos de Valadares 18:30
Eu, em pânico, sem saber quão perto do limite eu estava.
Se valia a pena ir pra BH ou tentar articular minha diálise de última hora, em Governador mesmo.
Meu celular comeu solto, falando com a Mariana, médica do Núcleo, que foi me orientando. Meus sintomas pareciam tranqüilos.
Mas como eu não sou bobo, fui até a administração do aeroporto e pedi que aferissem minha pressão. A coisa resolveu-se em um piscar de olhos:
O cara do aeroporto falou que era com a Trip. A Trip falou que era com o aeroporto.
Nenhum dos dois tinha nenhum recurso de primeiros socorros.
Cheguei em BH 20:15 e o povo do Núcleo me encaixou na primeira sessão de terça.
Com tudo sob controle, perguntei pro ZéAugusto, meu personal nephrologist, como saber se eu estava perto de ter um troço.
Atenção, pacientes renais crônicos: Valente também é serviço!
1. Se o potássio estiver alto: dá uma dormência nos membros. Não é cãimbra não. É dormência mesmo.
2. Ganho de peso: cansaço inabitual. Eu começaria a arfar a qualquer distâncizinha percorrida.
Tá bom. Nunca mais deixo isto acontecer.
Aprendi que minha flexibilidade nunca podia depender do horário de chegar em Belo Horizonte. Da próxima vez, faço minha diálise lá, no primeiro horário da manhã, e pego QUALQUER meio de transporte de tardinha.
Até uma canoa destas do Príncipe Valente.