terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O sábio do céu - 137



Toninho Camargos, meu cunhado, é músico velho de guerra.  Acho que foi com seu talento como compositor de samba que ele seduziu Regina, minha irmã.  Com isto, já faz um bom tempo que os dois estão caminhando juntos.

Gosta tanto de música que colocou uma pesquisa profunda que ele fez sobre Noel Rosa em um blog fantástico, lançado em homenagem ao centenário: http://noelrosacentenario.wordpress.com/ Diz ele, no título, que o blog é “uma reverência ao jovem e eterno compositor carioca, figura emblemática do samba e da música brasileira”.

Como todo bom músico, Toninho é rigoroso ao extremo.  Principalmente com ele mesmo.  Tanto que, no dia 12 de outubro do ano passado ele escreveu esta música pro Valente.  Ficou olhando, em dúvida, e acabou me encaminhando a letra, perto do meu aniversário.  Linda, gravada pelo Cadinho Faria, parceiro dele de longa data.  Mas claro, recusei. 
Queria com Toninho fazendo o vocal também.

Apesar de ter um estúdio em casa, ele fugia de mim de toda maneira.  Inventava desculpa, dizia que tinha ficado rouco, escorregava que nem quiabo.  Cada dia era uma desculpa...

Este ano ele saiu comigo de amigo oculto.  E tem tempo que, no amigo oculto, eu prefiro ganhar algo feito por quem me tirar.  Qualquer coisa, desde que feita pela pessoa.  Pode ser poema escrito, desenho, pintura, um bolo...  Qualquer coisa, desde que não seja comprada.

Sem querer, foi o mote.

A única coisa que Toninho acha que sabe fazer é música.  Resultado:  teve que enfrentar a trava e concluir o projeto.  Colocou a voz e me deu o cd com a música que ele havia feito pro Valente de Natal. 

Fui pro meu quarto, ouvir escondido, chorando...


Enquanto eu estou apanhando pra postar aqui, você pode este vídeo no http://www.facebook.com/#!/video/video.php?v=181288631893915&comments

 


Em tempo:  de faixa bônus, ganhei “Violão Barroco”, dele e do Jorginho Fernando, linda também.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Rapidinhas 01 - Aniversário do Ives



Hoje foi aniversário do Ives, o personal chef de cuisine dA saga de Valente.  Dele e, diga-se de passagem, Jesus de Nazaré.  Só nego duro.  O site do Estado de Minas, de onde tirei esta foto, falou que ele juntou mais de 4.000 amigos pra comemorar.  

Parabéns, Ives.


Edição Extraordinária 45 - Papai Noel



Na minha vida toda, meu aniversário sempre foi motivo de stress.  Não gosto de comemorar, fico constrangido quando você me liga dando parabéns, morro de vergonha.

Este ano, me ocorreu uma idéia que foi a solução dos meus problemas.  Pedi a todo mundo que me desse brinquedo de presente.  Recebi uma cacetada.  Adorei.
Aí, pra não gerar muita relação com aquela quantidade de brinquedo novinho, brilhando, nem desembrulhei.  E combinei com Tomás, como forma de exercitar o desapego, que a gente ia levar tudo pros meninos que não tinham presente.  Tomás entendeu e gostou da idéia, apesar de olhar com uma certa afinidade pra uma bicicleta grande, que estava ficando do tamanho ideal pra ele.  Por sorte, a bicicleta era rosa e ele logo deixou de lado a idéia.  Liguei pra Teresa do Damião, no Hospital da Baleia, e ela armou com a Érica uma visita especial.

Como a ala tinha muito menino com tuberculose e outras doenças transmissíveis, a Érica, cuidadosa, produziu uma entrega simbólica com uma princesinha de 7 anos, a Amanda, que estava “só” com o braço quebrado.

Aí foi um vexame só.  Eu chorando, a mãe da Amanda chorando, Sofia, irmã da Carol, que tinha ido junto, chorando, só Tomás e Amanda se divertindo, achando a coisa legal.

Com isto, resolvi minha vida.  Todo aniversário agora comemoro feliz e você me dá brinquedo.  Depois, eu e Tomás levamos pra alguém que tem menos chance de ganhar presente.

Tem que exercitar o desapego, me ensina a Lisa.



ps:  Tem mais foto no facebook

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Edição Extraordinária 44 - A volta da Praça Floriano Peixoto



Cláudia Barsand, que é responsável pelo Centro de Referência do Deficiente Físico da Prefeitura, e que aparece comigo no final do vídeo, fala que se tem gente que gosta de banda é doido, criança e deficiente físico.  Acho que fiquei feliz porque encaixo igual luva nos três casos.  E foi o que mais tinha na Praça Floriano Peixoto.

Quando Aldinha falou que ia conseguir a banda, ainda na Volta da Barragem Santa Lúcia, eu, claro, não levei muito à sério.  A bem da verdade, nem ela mesma, eu acho.  Mas na hora que, segunda-feira, o SubTenente Rogério ligou pra confirmar, aí eu senti firmeza.  Aldinha tinha envolvido até o Gabinete do Governador pra gente ganhar este presente.

O pior é que, como bons militares, os caras chegaram na hora marcada.  Eu, com a maior cara de pau, blefei e falei com ele: 
-  A turma nossa já está andando.  Pode armar a banda que vai só aproximando gente.
E não deu outra.  Tenente Rogério, o maestro da banda, foi começando e foi só juntando gente.  Tinha menininho passeando com cachorrinho, doido vendendo flor, nós chegando...  Até mamãe que não sai de casa nem que a vaca tussa, chegou lá, caminhando devagarzinho.

Cheio das manhas, o Tenente Rogério, avisou com antecedência que ia fazer as duas saideiras quando já tocava há uns 45 minutos.  Deixou pra sapecar Emoções no final, o que fez uma boa quantidade de gente ali encher os olhos dágua.

Da minha parte, gostei mais porque o evento foi o mais perfeito caso de autogestão que já rolou nos NefroWalkers.  Aldinha virou e mexeu pra conseguir a banda, Gilberto da Viação Sagrada Família virou e mexeu pra conseguir o transporte, Xandão, o Moët et Xandon do facebook, virou e mexeu pra gravar e editar de forma primorosa este vídeo que está aí embaixo, Flavinha virou e mexeu pra gente fazer o alongamento antes da caminhada, Cláudia virou e mexeu pra trazer o Hugo, mais um professor da PUC pro grupo, Marcílio, nosso personal chef de cuisine vai virar e mexer no almoço de Natal do Restaurante Popular da Prefeitura pro Secretário de Saúde caminhar com a gente, Leo virou e mexeu pra levar a Tetê,...

Tudo funcionando como se tivesse uma superorganização por trás.  Fora que Tomasinho ficou tão siderado, vendo a banda, que nem queria papo comigo.

Caminhar que é bom, foi quase nada.  Mas, mais uma vez, quem foi, se divertiu até e quem não foi, perdeu.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Rede e a Bia - 136



Morro de medo do Martinho um dia perder a paciência comigo e contratar uma dessas milícias e mandar me esquartejar.  
É que eu tenho a maior dificuldade do mundo em esconder meu encantamento com a Bia Sathler, mesmo com um tempão sem encontrar com a moça.

Bia é tão doce que, mesmo aposentada, insiste em orientar aluno da UFMG nos pós de comunicação, como voluntária.
A praia dela, há anos, é rede social.

Depois de prometer várias vezes de aparecer nas nossas caminhadas, ontem Bia e Marinho apareceram.  Já quase no finalzinho, com a gente indo embora e ela surge, iluminando.  Pelo menos, me iluminando.
A gente conversou um pouquinho mas, como bom anjo, Bia nem sabe que me deu uma idéia louca.  Começou hoje.

Iniciei no facebook um grupo chamado “Blogueiros em Recuperação”.  A idéia é reunir ali tudo que é blogueiro que escreve sobre sua luta, seja lá contra qual doença for.
Já coloquei Nana Roig, uma gaúcha que, do lado de Gramado, fica doida pra viajar, que está brigando com um linfoma.  Mais Sakana-san, o deboche em pessoa, escondida por trás de uma pele de cordeiro frágil, que está esperando um transplante duplo de pâncreas e rim.  E Márcia Cabrita, que está se recuperando de um câncer pra voltar pro tablado, que é seu habitat preferido.

Daí, se você souber de algum blogueiro que esteja brigando com alguma doença, pede a ele pra entrar pro grupo, no facebook.  Nossa idéia é ser um centro de referência só para blogs.  Aí, se você quiser dar apoio, vai direto na página e conversa com o autor lá.  Nós queremos juntar só blogueiros, trocando dicas.  Interna corporis, digamos assim.

Leo Lage hoje queria, de todo jeito, dizer que me ama na página do Blogueiros.  Falei com ele:  ou me liga e diz que me ama, ou vai direto na minha página.  O grupo do facebook é só pra blogueiros.

A graça da inspiração da Bia é isto.  Num minutinho, a coisa se espalha como um rastilho.



ps:  Amanhã posto as fotos do V NefroWalker.  A banda da PM bombou...


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Edição Extraordinária 43 - É hoje



Cláudia Barsand, do Centro de Referência da Pessoa com Deficiência, desde a primeira caminhada foi uma das grandes estimuladoras das Voltas da Lua Cheia.  Não sei o nome exato, mas ela também é a responsável pela cadeira que cuida de esportes para pessoas com necessidades especiais da Escola de Educação Física da PUC.

Eu tenho sempre preferido ilustrar os convites das nossas caminhadas com o Príncipe Valente em meio a quebradeiras horrorosas.  Mas perto do povo da Cláudia, eu e o Valente somos um bando de amadores.  Quase uns mariquinhas.

Esse aí já aconteceu.  Mas é pior do que aquelas lutas de vale-tudo na televisão.  E ai de você se tentar ajudar um dos cadeirantes a se levantar no caso de um choque mais violento.  Isto é problema deles...
É bom ficar de olho porque toda hora tem programação.

Esse intróito foi só pra você, que tá achando que a gente é bam bam bam com as Voltas da Lua Cheia.  A gente é pinto, perto deste povo do Centro de Referência.

Em todo caso, hoje vai ter a Banda de Música da PM fazendo um espetáculo pra nós.  TiBetinho garantiu o transporte dos músicos com um belíssimo ônibus da Viação Sagrada Família.  A ele, nosso muito obrigado.

Espero você na Praça Marechal Floriano, por volta de 19:30.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Edição Extraordinária 42 - Camisa de força



-  E aí, Celinho?  Gostando de fazer meu pai chorar?
Foi assim que Ciça recebeu Celinho Balona quando ele entrou lá em casa, dizendo que era pro Tomás ficar bom em matemática.
É que eu tinha comentado com ele que Tomás virava três, quatro caixas de isopor no Meu Sítio e, usando garrafa pet de baqueta, improvisava sessões intermináveis de bateria.

Celinho, entre um caminhão de coisas que ele empreende, é doido de jogar pedra e músico.  Baterista.  E dos bãos.  Acompanha o velho Balonão, sempre. Roberto Menescal, quando vem a BH, não abre mão dele.  Quando ficar velho, vai tocar igual ao baterista do Paul McCartney, de tão moleque.

Gêisa caiu igual um patinho, tadinha, na história da matemática.  Celinho explicava a importância que a divisão e o compasso iam ter na vida dele e ela, falando comigo:  por que nós nunca demos uma bateria pros meninos, gente?  Como é que nós não pensamos nisto antes?

Tomás olhou pra bateria como se tocasse desde criancinha.  Sem o menor medo.  Caiu de boca e comeu com farinha...

Eu, da minha parte, como de hábito, desabava em lágrimas (na hora e agora), vendo a tranqüilidade do menino com o presente novo e do quanto eu amo esses meus amigos esquisitos que, a cada hora, me surpreendem de maneira cada vez mais terna.

Claro.  Gostaria que você me indicasse algum prédio para onde eu possa me mudar.  Neste momento, estou me preparando psicologicamente para receber uma carta do síndico recomendando a todos os apartamentos que tenham bateria que se mudem para alhures[1].

Senhoras e senhores, é com indescritível prazer e orgulho que esta Saga apresenta a première deste que será o substituto de Naná Vasconcelos na música brasileira.  Como vocês, ele, o único, Tomás!



ps:  Celinho, que manja como ninguém do assunto, falou com Diogo que previu no Tomás a pegada do John Bohan.  Pra você não dizer que eu sou parcial, faça seu próprio julgamento.
Em não concordando, é porque você não entende nada de música, claro.
Pronto.  Falei.




[1] Fora de brincadeira, isto aconteceu exatamente como eu estou descrevendo com Fábio Kon, filho do Zeca, meu irmão de São Paulo.
Fábio tocava bateria na sala e o síndico mandou uma carta pra TODOS os apartamentos do prédio, pra não parecer coisa pessoal.
-  Pedimos a todos os moradores que tenham bateria em casa blá blá blá ...
Como se isto fosse super normal.
Hoje Fábio terminou um doutorato em Computer Science pela University of Illinois at Urbana-Champaign e, antes de eu perder o contato, estava na USP.
Vou procurar o próprio pra referendar a história.


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Edição Extraordinária 41 - Mó responsa



Terça que vem, lua cheia chegando, vai rolar mais um NefroWalker.  Vai ser a Volta da Praça Floriano Peixoto, recém-inaugurada[1], bem na frente do quartel do 1º Batalhão da PM.

O mapa vai logo aqui embaixo, mas fica ali naquele cantinho da Contorno, mistura de Av. Brasil com Rua Niquelina, na frente do Hospital da Unimed[2].  A praça está a maior gracinha.  Toda recuperada, uma belezura pra passear com criança.

A maior surpresa é que a Sandra, secretária do Homem, conseguiu uma Cantata de Natal da Banda da Polícia Militar de Minas Gerais[3] pra gente.  Mineiro, desconfiado, fico meio sem acreditar...  Prefiro ficar de mutuca, esperando.
Mas na hora que a banda aparecer, eu viro menino.  Saio como se fosse um guerreiro de Leônidas.  Não o corredor, que foi rompendo 40 e tantos quilômetros.  Mas daqueles, que preferiram ficar à sombra...

Ou pelo seu tradicional NefroApoio ou pelo seu lado criança que adora uma banda, dá um pulo lá na terça que vem.

Vai ser de 19:30 às 21:00 horas.





[1] Esqueci, com o novo Acordo Ortográfico, se tem o hífen ou não.  Como ele tem uma tolerância até uma data que eu esqueci também, vai com.
E por falar em esquecer, se você tiver algum remédio bom pra Alzheimer pra me indicar, por favor, feel free.

[2] Merchã:  A Unimed não é patrocinadora, mas dá a maior força na minha hemo.

[3] Este post hoje tá que é puro merchâ...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CarboNeutralizado - 135



A gente tem feito investimento pesado no Meu Sítio, plantando árvores.  E o investimento tem sido regiamente remunerado com a vinda de passarinhos, em bandos, chilreando em volta da casa e iluminando sempre nossos finais de semana.

Uma das liturgias que a gente gosta muito é convidar quem aparece pela primeira vez pra deixar sua árvore plantada pra posteridade. 

Fábia já deixou alguns ipês pra gente, Caco plantou, bem antes de viajar pra Paris com a Lude, uma jaboticabeira que está florida até o talo e deve dar fruto pela primeira vez por estes dias, junto com o nascimento da Flora.  Gilson, irmão da Gêisa, é mestre em pau-brasil e pau-mulato.  Tem o Bosque dos Netos, onde eu plantei uma renca de jacarandás e cedros, pra uso dos filhos dos meninos, na hora e do jeito que melhor lhes aprouver.

Domingo, o Comandante Pitella, disposto a garantir sua cota de acesso ao paraíso, chega lá com dezesseis mudas pra Dona Gêisa.  Tinha pau-ferro, jatobá, pau-d’óleo, e umas lá que ele nem sabia exatamente do que se tratava.

O legal da história é que a toda hora eu lembro de Hyacinthe de Montera, que morou conosco na França e vaticinou, meio que sem esperança:
-  Vous en aurez pour longtemps![1]
A expressão queria dizer que havia um mundo de trabalho nos esperando pra ser feito.

Claro, a gente trabalhou pra danar.  Principalmente Gêisa e os meninos.  Mas cada vez que eu vejo as mudinhas virando árvore, tenho vontade de falar com o Hyacinthe que nem foi tão longtemps assim.

Eu sou deste jeito mesmo.  Depois que está feito, deleto logo o trabalhão que deu...


ps:  acho que Gêisa esquece o trabalhão com menos facilidade que eu.



[1] Acho que já falei disto aqui, mas fiquei com preguiça de procurar onde exatamente.  Se eu lembrar, eu mudo e você nem vai notar...


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Criei um monstro - 134



Minha maior tristeza é que Tomás detesta falar ao telefone.  Com qualquer um.  Eu peço, Gêisa pede, Vovó Magda, Vovô Paulo...
Telefone, nada! retruca sempre o menino, tapando os ouvidos.

Outro dia ele estava no meu quarto conversando com as meninas e eu, meio desprentensiosamente, liguei de um outro quarto pro celular da Ciça e me identifiquei como Papai Noel.  Dizem as meninas que ele atendeu, siderado.  Conversou comigo longamente, falou que estava sendo um bom menino, mentiu de maneira descarada sobre obedecer papai e mamãe e sobre preferir verduras e legumes coloridinhos em vez de McDonald’s.  Finalmente, tomou a iniciativa de me perguntar como estava indo meu ofício de fazer e distribuir presentes.

Falou que queria uma moto grandona, um carro grandão e mais blá blá blá.  Aí perguntei sobre o que as tias queriam de presente e ele lá, rendendo o maior assunto com o bom velhinho.  Desligamos e eu, fingindo inocente, corri pro quarto em que ele estava.  Tomás gargalhava, numa felicidade, muito maior que eu pudesse imaginar.  O menino ficou enlouquecido.  Papai Noel existia e tinha o telefone dele...

Daí, descoberto o macete, liguei pra ele umas três vezes mais, sob pretexto de ter perdido a lista, ou para definir a cor exata do carro que ele queria, enfim, encheção de lingüiça, só pra aproveitar a onda.

Lisa, rapidinho, entrou na trilha.  Ligou pra ele, aproveitando a boa vontade em falar ao telefone que a perspectiva de falar com Santa tinha se instalado no menino.  Diz ela que da última vez ele já atendeu meio impaciente:
-  Mas eu já te falei três vezes o que eu quero...

Ontem, Gêisa telefonou no final da tarde, pra ver se a casa estava indo bem sob minha coordenação, como faz todo dia, desde que eu vivo em prisão domiciliar.
Tomás me atropelou e atendeu o telefone na minha frente:
-  Papai Noel?

Tá assim agora...




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Edição Extraordinária 40 - Feliz Natal



Eu havia postado no facebook.  Lisa achou meio weird.  Mas Gisele, minha irmã de São Paulo, filha do Valentim, meu irmão, reclamou da falta do gorro.
Corri ontem, comprei, e fiz o maior sucesso na hemo.
De novo

Feliz Natal pra você e pra quem te ama.


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Overbooking - 133



Já faz algum tempinho que o Ano Novo no Meu Sítio bomba que é uma loucura.  Começou com Fábia Lima, irmã do Diogo, que é a maior festeira de Belo Horizonte.  A primeira vez, o pretexto dela era buscar a paz.  Diogo, que é um facebook ambulante, vai convidando o mundo e amontoando os amigos de um jeito que Dona Gêisa morre de vergonha.

Agora já ficou mais organizado.  Diogo fecha o hotel de Cachoeira da Prata, o Coimbra Palace[1], e os amigos dos meninos só vão chegando.  A cada vez, aparece uma surpresa.

O DJ Kowalsky, marido de Fábia, já montou várias pick-ups e rolou compactos de 45 rotações a noite toda.  Flavia do Zé, do Baltazar, trouxe um arroz de castanha portuguesa da gente comer de joelhos.  Comandante Pitella da Raquel faz sua especialidade, as chicken wings flamejantes. Leo Gomes causa. Et ça suffit. Que é também a especialidade do Rui.  Ahmed, meio sem paciência, arrasa no Campeonato Mundial de Vôlei de piscina.  Bicolor, irmão gêmeo do Diogo, sempre fala que não vai, e chega 23:59[2].

Este ano, como a Anac proibiu overbooking, se eu fosse você fazia logo a reserva.  Cris da Ciça já montou a agência de viagens virtual e vai cuidando de alocar os convidados pela casa.  Tem várias modalidades de hospedagem: quarto amontoado, barraca, sofá da sala, hotel da cidade e colconhete na varanda, com direito a acordar de manhã com lambida de cachorro.

A única coisa que a gente não conseguiu controlar até hoje é o despertador.  Bem cedinho, as galinhas d’angola rodam pelo Meu Sítio todo, celebrando o ano novo.  Lisa cuida de acordar o resto do povo, despejando sua ira nas coitadinhas...

Mas aí, em um minutinho, a gente começa a farra toda de novo...


[1] R$ 35,00 a diária com café da manhã.  Claro, não se inclui em NENHUMA categoria da Embratur...

[2] Agora acabou, Batbico.  Só entra com Fabiana.

Edição Extraordinária 39 - Wikileaks



Gustavo é Máfia Azul desde pequeninho.  Daqueles com sangue nos olhos.  Por causa disto já foi, acompanhando o time, num punhado de estádios, por este Brasilzão.  Esta semana, ele deu tudo de si para estar presente no Milagre de Sete Lagoas.  Já estava com o ingresso comprado e busão garantido.

Foi quando, com a pior das intenções, um primo garantiu carona sob o pretexto de chegar mais cedo na Lacoste International Sports Arena.  O convite parecia não ter erro.  Uma carona, simples assim.

Só que, no meio do caminho, o primo liga pra nós e, em troca de cerveja e churrasco, resolve passar no Meu Sítio antes.  Desvio pequeno.  Uns 60 km, ida e volta.  Com o calor que rolou hoje, sem ar condicionado no carro, deve ter parecido uns 120.

Gustavão passou a tarde toda tenso.  Com medo de perder o jogo, à medida que o motorista se embebedava, Gustavo não abria a boca.  O primo, uma talagada atrás da outra, dizia estar esperando Diogo, com quem tinha combinado de ir ao jogo.  Que, por sua vez, havia saído pra passear a cavalo.

Diogo chegou quando faltavam uns 10 minutos pra começar o jogo.  Nem sabia da história mal contada.  Já completamente tonto, o primo tentava de toda maneira rebocar Diogo pra Arena do Jacaré.

Da minha parte, pelo que entendi, enquanto o Mineirão não ficar pronto, este tipo de visita vai se multiplicar.

Quem era?
Não conto nem sob tortura.  É que o vazamento de informação confidencial agora virou mania.  A informação me chegou, chequei e é verídica.  Por dever de ofício, não posso citar a fonte.

Mas se a mulher do cara passar por este blog, a situação vai ficar preta na casa do Tank...



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Tim Tim - 132



Não é à toa que Ives é o personal chef de cuisine do Valente.  Além de fazer questão de nos preparar surpresas nas nossas NefroWalkers, como o caldo de costela da Volta da Lagoa Seca ou a Caesar Salad Saltless da Volta da Barragem Santa Lúcia, Ives fica sempre atento a questões alimentares.

Esta semana recebi um email dele, com uma notícia que circulava na imprensa.  Está lá no http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/834861-suco-de-roma-reduz-risco-de-inflamacao-apos-hemodialise.shtml .
A matéria fala sobre uma relação entre o suco de romã (melhor se natural) e a redução do risco de infecção, que é uma das causas de morte mais recorrentes nos pacientes que fazem hemodiálise.
Diz a autora que pela grande concentração de antioxidante, o suco ajuda a combater a quantidade de radical livre em circulação após a hemodiálise, que acaba facilitando o aparecimento de inflamação.

Por via das dúvidas, tomei minhas duas providências que a situação exigia.  Corri no site da American Society of Nephrology e conferi. Tinha lá o abstract do trabalho, apresentado no 43rd Annual Meeting and Scientific Exposition no dia 18 de novembro de 2010, em Denver[1].  Informação fresquinha, como o suco deve ser.

A segunda providência foi checar com Dr. José Augusto, meu personal nephrologist na hemo.  Ontem Zé confirmou comigo que havia recebido a revista com o trabalho.  Recomendava o suco, três vezes por semana.
Agora eu ando, feito doido, tentando fazer o suco.  Bater tudo no liquidificador, fica horrível.  Imbebível.  Ives fala que deve ser usado algum tipo de centrifugação que retira a polpa e deixa os caroços.  Estou tentando ver se dá certo.  A nutricionista na hemo está procurando notícia pra me ajudar.

No embalo, Ives recomenda que eu vá aumentando o número de pés de romã que eu tenho no Meu Sítio.  Bom pro Dia de Reis e pra fazer meus suquinhos.  Já estou empenhado nisto.  Mas se você tiver alguma idéia sobre como transformar a romã em um belo suco, por favor, mande aqui pro blog.

Prometo citar os créditos.